A nossa vida pertence a um Outro


“A nossa vida pertence a um Outro. A inevitabilidade [daquilo que acontece] é como o sinônimo mais esclarecedor deste não pertencer das coisas a nós, e principalmente não pertence a nós aquilo de que tudo deriva: a nossa vida pertence a um Outro.
Neste sentido se entende por que a vida do homem é dramática: se não pertencesse a um Outro seria trágica. A tragédia é quando uma construção desmorona e todas as pedras e os pedaços de mármore e os pedaços de parede desabam. E tudo na vida se torna nada, é fadado a se tornar nada porque daquilo que vivemos no passado, daquilo que vivemos há uma hora, há cinco minutos, não existe mais nada de formado, nada de construído. E isso é trágico. A tragédia é o nada como meta, o nada, o nada daquilo que existe.
No entanto, se tudo pertence a um Outro, então a vida do homem é dramática, não trágica. Reconheço que te pertenço, reconheço que o tempo não foi meu, não me pertencia, como até hoje não me pertence, não me pertence. Podes tomar a minha vida, aceito que não me pertença, reconheço que não me pertence, aceito que não me pertença.
Aquilo que possui o nosso tempo morreu por nós, apresenta-se aos nossos olhos e ao nosso coração como o lugar onde o nosso destino é amado, onde é amada a nossa felicidade, tanto que Aquele que possui o tempo morre para o nosso tempo. O Senhor, Aquele ao qual pertence o tempo, é bom."

(Monsenhor Luigi Giussani, É possível viver assim?)

1 comentários:

  1. Patricia Lins disse...:

    Profundo e filosófico!
    Gostei muito!
    Dessa forma é bom pertencer ao Outro, o Outro é bom! Amei!
    Esperando o próximo post!
    bjos

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