Bento XVI aos estudantes católicos: Não sejam medíocres, sejam santos

“Todos querem a felicidade, mas muita gente nunca a encontra”


LONDRES, sexta-feira, 17 de setembro de 2010 (ZENIT.org) – “Espero que entre os que me escutam hoje esteja algum dos futuros santos do século XXI”, disse o Papa Bento XVI nesta sexta-feira para cerca de 4 mil estudantes católicos britânicos.

“Quando os convido a ser santos, peço que não se conformem em ser de segunda linha” – afirmou –, mas que aspirem a um “horizonte maior”. “Não se conformem em ser medíocres”.

Acompanhado do bispo de Nottingham e presidente da Comissão Episcopal de Ensino, Dom Malcolm P. McMahon, o Papa falou aos estudantes no campo desportivo do St Mary’s University College. Uma conexão o ligava a todas as escolas católicas britânicas.

“Não é frequente que um Papa ou outra pessoa tenha a possibilidade de falar de uma vez só aos alunos de todas as escolas católicas da Inglaterra, País de Gales e Escócia”, começou seu discurso. “Como tenho esta oportunidade, há algo que desejo enormemente lhes dizer”. Foi então que o Papa afirmou esperar que entre os que o ouviam estivesse “algum dos futuros santos do século XXI”.

“O que Deus deseja mais de cada um de vós é que sejam santos. Ele os ama muito mais do que jamais poderiam imaginar e quer o melhor para vocês. E, sem dúvida, o melhor para vocês é que cresçam em santidade”, disse.

“Talvez algum de vocês nunca antes tenha pensado nisso” – admitiu –, convidando-lhes a se perguntar “que tipo de pessoa” gostariam de ser de verdade.

“Ter dinheiro possibilita ser generoso e fazer o bem no mundo, mas, por si mesmo, não é suficiente para fazer feliz. Estar altamente qualificado em determinada atividade ou profissão é bom, mas isso não os preencherá de satisfação, a menos que aspirem a algo maior. Chegar à fama não faz feliz”.

“A felicidade é algo que todos querem, mas uma das maiores tragédias deste mundo é que muita gente jamais a encontra, porque busca a felicidade nos lugares errados”, afirmou Bento XVI.

Por isso – recordou –, “a verdadeira felicidade encontra-se em Deus. Precisamos ter o valor de pôr nossas esperanças mais profundas somente em Deus, não no dinheiro, na carreira, no êxito mundano ou em nossas relações pessoais, mas em Deus. Só Ele pode satisfazer as necessidades mais profundas de nosso coração”.

O Papa convidou os jovens a serem “amigos de Deus”. “Quando se começa a ser amigo de Deus, tudo na vida começa a mudar. À medida que o conhecem melhor, percebem o desejo de refletir algo de sua infinita bondade em sua própria vida”.

“Quando tudo isso começa a acontecer, vocês estão no caminho da santidade”, afirmou o Papa.

Neste sentido, convidou-os a ser “não só bons estudantes, mas bons cidadãos, boas pessoas”.

“Não se contentem em ser medíocres. O mundo necessita de bons cientistas, mas uma perspectiva científica torna-se perigosa se ignora a dimensão religiosa e ética da vida, da mesma maneira que a religião se converte em limitada se rejeita a legítima contribuição da ciência em nossa compreensão do mundo”.

“Precisamos de bons historiadores, filósofos e economistas, mas se sua contribuição para a vida humana, dentro de seu âmbito particular, enfoca-se de modo demasiado reduzido, pode nos levar por mau caminho”, explicou o Papa.

O pontífice também se dirigiu aos alunos não católicos que estudam nas escolas católicas, convidando-os a “se sentir movidos à prática da virtude” e a crescer “no conhecimento e na amizade com Deus junto de vossos companheiros católicos”.

“Vocês são para eles um sinal que recorda esse horizonte maior que está fora da escola, e, de fato, é bom que o respeito e a amizade entre membros de diferentes tradições religiosas forme parte das virtudes que se aprendem em uma escola católica”, concluiu.

Os Sacerdotes que abusaram de mim

Segue a livre tradução de um texto bastante forte sobre as tremendas experiências que uma pessoa teve com alguns sacerdotes. Ouso dizer que esses formam parte da maioria. Cuidado com eles...

“Quanto era muito criança, sem ter consciência, sem liberdade, sem poder defender-me, um deles me fez filho de Deus, herdeiro da Vida Eterna, Templo do Espírito Santo e membro da Igreja, nunca poderei perdoar-lhe por ter-me feito tanto bem.

Outro insistiu em meus tenros anos em inculcar-me, violentando a minha vontade, o respeito pelo nome de Deus, a necessidade absoluta da oração diária, a obediência e a reverência aos meus pais, o amor pela minha pátria, e me ensinou a utopia de não mentir, não roubar, não falar mal dos outros, perdoar e todas essas coisas que nos fazem tão hipócritas e ridículos…

Outro apareceu mencionando que o Espírito Santo devia vir completar a obra começada no Batismo, que me fariam falta seus dons e seus frutos, que já era hora de que viesse em minha ajuda Aquele que me faria defender a Fé, como um soldado. Que ousadia falar em termos tão bélicos! Fez nessa época que eu cuidasse minha alma frente ao mundo, que fosse nobre, leal e honesto…

Outro abusou dando-me livros para ler, não lhe bastassem seus conselhos, que faziam colocar o olhar na eternidade e viver como estranho aqui na terra. Quem tirará agora da minha cabeça os quatro Evangelhos? As glórias de Maria? A imitação de Cristo? As Confissões? As Moradas? Etc. Quem será capaz de curar-me de todos esses tesouros que me marcaram para sempre?

Outro abusou da minha ignorância ensinando-me coisas que não sabia. Outro não falava, mas sua vida virtuosa me inclinava cada vez mais a imitá-lo. Houve alguns que se aproveitaram de mim em momentos inesperados e me corrigiram, me alentaram, e até rezaram por mim.

Outros, quando eu já estava em um círculo do qual não podia sair, insistiram com minha natureza caída e me incitaram a receber a Jesus Cristo em Corpo e Sangue, para resistir aos embates do inimigo, para fortalecer minha fraqueza e santificar-me cada dia mais. Embora, para aquele que leia esta denúncia, pareça que isso já é demasiado e que não seja possível, digo-lhe que os abusos seguiram aumentando, e tudo passou a coisas maiores. Cada vez que conhecia um sacerdote, se aproveitava de mim com renovados métodos, relíquias, santinhos, água benta, terços, bênçãos e orações de todo tipo, armavam um cerco com tremendos benefícios que chegaram ao limite do suportável.

Quero deixar clara esta injustiça cheia de perversidade, e que atendam a minha reclamação nesta denúncia, por que sei que alguns deles estarão esperando-me para seguir com essa iniqüidade, sentado num confessionário ou ao lado de minha cama quando estiver moribundo, e, ainda que desapareça, seguirão com sufrágios pela minha alma e súplicas de misericórdia.

Quero que se somem a minha voz todos aqueles que foram vítimas desses incidentes, e se sentiram ultrajados por estas pessoas, pois sei que a outros os uniram em matrimônio, a outros lhes descobriram a vocação, a outros até chegaram a ajudar-lhes materialmente ou guardaram com chave em seu coração, para sempre, segredos tremendos de suas misérias humanas.

Cuidemos seriamente para não termos trato com eles. Não demos a eles nossos dados. Não os olhemos nos olhos, não os consultemos absolutamente para nada. Não sigamos nenhum de seus passos, pois corremos o risco de um dia cair em suas armadilhas e salvar-nos eternamente”.

Autor: Gustavo Caro

Fonte: http://www.padredemetrio.com.br/2010/05/os-sacerdotes-que-abusaram-de-mim/

Por que não?





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Feliz Aniversário, Átrios!

Pessoal, hoje, dia 28 de abril, o Átrios comemora os seus 9 anos de criação! Pensando nisso, vou postar um texto que o Márcio, nosso fundador, mandou especialmente para esta data especial! Um abraço a todos, e parabéns, Átrios!!!


FELIZ ANIVERSÁRIO, MEU FILHO!

Filho, como é bom te ver sorrindo e fazedo os outros sorrirem. Que nesses seus 9 aninhos de vida você possa ter amadurecido, ter amado, ter chorado, se decepcionado... Pois td isso faz parte da pedagogia de Deus! Do seu Deus!

Oro hoje, filho, para que você continue crescendo! Que todas as investidas contra ti caiam por terra e que sua construção continue edificadfa naquilo para o qual nascestes: Jesus Cristo.

A mim, filhinho, resta apenas o agradecimento! A Deus por me dar a benção de ter podido gerar-te nos momentos mais difíceis, o início! E Pipinho, Fernanda, Andressa, Fabete e Marcelo! Carinhosos demais naquela época! Agradeço a Deus por não ter relaxado o peso da mão quando o momento era de apertar os nós e ter voltado atrás quando necessário.

Hoje, o momento é de reacender a chama, pois a ventania sempre será forte. Mas confie em Deus! Sempre!

Quero filho, hoje que saibas: Muitos continuarão querendo te reinventar. Muitos continuarão querendo te extinguir... Mas nada temas! O Senhor está contigo "de geração em geração".

Sabe filho... Não é fácil quebrar as estruturas da vida de alguém! E nesses 9 aninhos o que você mais fez, e permitiu que o Senhor fizesse, foi isto: estremecer as estruturas dos nossos pecados para que Deus, sobre eles, nos reconstruisse!

Filho, acolha a cada novo coordenador(a) que, de coração santo e sem vícios, te quiser acolher. Não os force a nada! Afinal, não é fácil cuidar de você! Você não pára... Ame-os! Corrija-os! Estimule-os... E apenas permita que te acariciem aqueles que receberam de Deus tal missão.

Sabe filho, obrigado por ter sido tão bom comigo e com tantos outros. Não imaginamos, né filho, todas as famílias que indiretamente foram tocadas por Deus através do seu jeito, do seu carisma, da sua vida... Mas saiba: a idade vai chegando filho... E espero que vc entenda que, aos 9, não dá mais pra fazer aquilo que fazíamos aos 2! Lembra?

Fique apto ao NOVO e busque atitudes mais ousadas. Te amo muito querido. Estarei sempre por perto. Com amor

PAPAI

Presente de Deus

Galera, postei aqui o vídeo novo, que passou no último sábado com as fotos de todo mundo! Um abraço a todos, fiquem com Deus!

Aniversário Átrios


Galera, esse sábado rolou um festão na Sala do Átrios, para a comemoração do aniversário do grupo. Aqui vocês conferem as fotos de como foi o dia, que teve também vários vídeos sendo apresentados, mostrando a história do grupo até aqui! Fiquem com Deus!

























Viver pra mim é Cristo


Galera, dessa vez temos um vídeo do Pe. Fábio de Melo, com uma música linda do seu novo CD, "Iluminar". Tenho certeza de que essa música tocará o coração de cada um de vocês assim como tocou o meu! Um abraço a todos, fiquem com Deus!



Bento XVI: Quaresma, tempo de renovação espiritual

Comentário ao Evangelho do primeiro domingo deste tempo litúrgico

CIDADE DO VATICANO, domingo, 21 de fevereiro de 2010 (ZENIT.org).- Apresentamos a intervenção de Bento XVI durante a oração mariana do Angelus no primeiro domingo da Quaresma.

* * *

Caros irmãos e irmãs!

Quarta-feira passada, com o rito penitencial das Cinzas, demos início à Quaresma, tempo de renovação espiritual que nos prepara para a celebração anual da Páscoa. Mas o que significa entrar no itinerário quaresmal? Isso nos ilustra o Evangelho deste primeiro domingo, com o relato das tentações de Jesus no deserto.

Narra o Evangelista São Lucas que Jesus, após ter recebido o batismo de João, “pleno do Espírito Santo, distanciou-se do Jordão, e era guiado pelo Espírito Santo no deserto, por quarenta dias, tentado pelo demônio” (Lc 4,1-2).

É evidente a insistência sobre o fato de que as tentações não foram um acidente de percurso, mas a consequência da escolha de Jesus de seguir na missão confiada pelo Pai, de viver até o fim sua realidade de Filho amado, que confia totalmente Nele. Cristo veio ao mundo para liberatar-nos do pecado e do ambíguo fascínio de conceber nossa vida prescindindo a Deus. Ele o fez não com aclamações altissonantes, mas lutando em primeira pessoa contra o Tentador, até a cruz. Este exemplo vale para todos: melhora-se o mundo começando por si mesmo, mudando, com a graça de Deus, aquilo que não está bem na própria vida.

Das três tentações de Satanás a Jesus, a primeira tem origem na fome, isto é, na necessidade material: “Se és Filho de Deus, diga a esta pedra que se torne pão”. Mas Jesus responde com a Sagrada Escritura: “Nem só de pão vive o homem” (Lc 4,3-4; cfr Dt 8,3). Em seguida, o diabo mostra a Jesus todos os reinos da terra e diz: tudo será teu, se, prostrando-te diante de mim, me adorares. É a sedução pelo poder, e Jesus desmascara esta investida dizendo: “Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e apenas a Ele renderás culto” (cfr Lc 4,5-8; Dt 6,13). Não adoração ao poder, mas somente a Deus, à verdade e ao amor. Finalmente, o Tentador propõe a Jesus que faça um milagre espetacular: que se atire do alto das muralhas do Templo e se faça salvar pelos anjos, e assim todos acreditarão nele. Mas Jesus responde que a Deus não se coloca jamais à prova (cfr Dt 6,16). Não podemos “fazer um experimento” no qual Deus deve responder e mostrar-se Deus: devemos crer Nele! Não devemos fazer de Deus “material” de “nosso experimento”!

Referindo-se sempre à Sagrada Escritura, Jesus contrapõe aos critérios humanos o único critério autêntico: a obediência, a conformidade com a vontade de Deus, que é o fundamento de nosso ser. Também este é um ensinamento fundamental para nós: se portarmos na mente e no coração a Palavra de Deus, se esta adentra em nossa vida, se tivermos confiança em Deus, podemos refutar todo o tipo de trapaça do Tentador. Ademais, de toda a narrativa emerge claramente a imagem de Cristo como o novo Adão, Filho de Deus humilde e obediente ao Pai, à diferença de Adão e Eva que, no jardim do Éden, cederam às seduções do espírito do mal de serem imortais, sem Deus.

A Quaresma é como um longo “retiro”, durante o qual reentramos em nós mesmos e ouvimos a voz de Deus, para vencer as tentações do Maligno e encontrar a verdade de nosso ser. Um tempo, podemos dizer, de “vigor" espiritual a ser vivido junto a Jesus, não com orgulho ou presunção, mas usando as armas da fé, que são a oração, o ouvir a Palavra de Deus e a penitência. Desse modo poderemos celebrar a Páscoa na verdade, prontos para renovar as promessas de nosso Batismo. Que nos ajude a Virgem Maria para que, guiados pelo Espírito Santo, vivamos com alegria e com fruto este tempo de graça. Que interceda particularmente por mim e por meus colaboradores da Cúria Romana, que nesta tarde iniciarão comigo os Exercícios Espirituais.

Reflexões para a Quaresma

Certamente olhar Cristo no rosto e não fazer projetos de perfeição quer dizer que se olha Cristo no rosto desejando de verdade o bem, desejando realmente ser verdadeiro, desejando de verdade querer bem: 'desejando-te de verdade, ó Senhor'.
Aproxima-se a Semana Santa. Se uma pessoa entra na Quinta-Feira Santa, na Sexta-Feira Santa, no Sábado Santo, na Páscoa, nesses quatro dias, sem olhar Cristo no rosto e basta, mas preocupada com os próprios pecados ou com a perfeição ou então com as coisas a serem meditadas, sai desses dias cansada e retoma as coisas como antes. Olhar Cristo no rosto, ao contrário, muda. Mas, para que mude é preciso olhá-Lo no rosto de verdade, com o desejo do bem, com o desejo da verdade: 'De tudo sou capaz, Senhor, se estou contigo que és a minha força'; é um 'Tu' que domina e não as coisas a serem respeitadas".

(GIUSSANI, Luigi. É possível viver assim?, 2008, p. 236)

Mensagem de Bento XVI para a Quaresma

A justiça de Deus está manifestada
mediante a fé em Jesus Cristo (cfr Rom 3, 21–22 )


Queridos irmãos e irmãs,

todos os anos, por ocasião da Quaresma, a Igreja convida-nos a uma revisão sincera da nossa vida á luz dos ensinamentos evangélicos . Este ano desejaria propor-vos algumas reflexões sobre o tema vasto da justiça, partindo da afirmação Paulina: A justiça de Deus está manifestada mediante a fé em Jesus Cristo (cfr Rom 3,21 – 22 ).


Justiça: “dare cuique suum”

Detenho-me em primeiro lugar sobre o significado da palavra “justiça” que na linguagem comum implica “dar a cada um o que é seu – dare cuique suum”, segundo a conhecida expressão de Ulpiano, jurista romana do século III. Porém, na realidade, tal definição clássica não precisa em que é que consiste aquele “suo” que se deve assegurar a cada um. Aquilo de que o homem mais precisa não lhe pode ser garantido por lei. Para gozar de uma existência em plenitude, precisa de algo mais intimo que lhe pode ser concedido somente gratuitamente: poderíamos dizer que o homem vive daquele amor que só Deus lhe pode comunicar, tendo-o criado á sua imagem e semelhança. São certamente úteis e necessários os bens materiais – no fim de contas o próprio Jesus se preocupou com a cura dos doentes, em matar a fome das multidões que o seguiam e certamente condena a indiferença que também hoje condena centenas de milhões de seres humanos á morte por falta de alimentos, de água e de medicamentos - , mas a justiça distributiva não restitui ao ser humano todo o “suo” que lhe é devido. Como e mais do que o pão ele de facto precisa de Deus. Nora Santo Agostinho: se “ a justiça é a virtude que distribui a cada um o que é seu…não é justiça do homem aquela que subtrai o homem ao verdadeiro Deus” (De civitate Dei, XIX, 21).


De onde vem a injustiça?

O evangelista Marcos refere as seguintes palavras de Jesus, que se inserem no debate de então acerca do que é puro e impuro: “Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa tornar impuro. Mas o que sai do homem, isso é que o torna impuro. Porque é do interior do coração dos homens, que saem os maus pensamentos” (Mc 7,14-15.20-21). Para além da questão imediata relativo ao alimento, podemos entrever nas reacções dos fariseus uma tentação permanente do homem: individuar a origem do mal numa causa exterior. Muitas das ideologias modernas, a bem ver, têm este pressuposto: visto que a injustiça vem “de fora”, para que reine a justiça é suficiente remover as causas externas que impedem a sua actuação: Esta maneira de pensar - admoesta Jesus – é ingénua e míope. A injustiça, fruto do mal , não tem raízes exclusivamente externas; tem origem no coração do homem, onde se encontram os germes de uma misteriosa conivência com o mal. Reconhece-o com amargura o Salmista:”Eis que eu nasci na culpa, e a minha mãe concebeu-se no pecado” (Sl. 51,7). Sim, o homem torna-se frágil por um impulso profundo, que o mortifica na capacidade de entrar em comunhão com o outro. Aberto por natureza ao fluxo livre da partilha, adverte dentro de si uma força de gravidade estranha que o leva a dobrar-se sobre si mesmo, a afirmar-se acima e contra os outros: é o egoísmo, consequência do pecado original. Adão e Eva, seduzidos pela mentira de Satanás, pegando no fruto misterioso contra a vontade divina, substituíram á lógica de confiar no Amor aquela da suspeita e da competição ; á lógica do receber, da espera confiante do Outro, aquela ansiosa do agarrar, do fazer sozinho (cfr Gn 3,1-6) experimentando como resultado uma sensação de inquietação e de incerteza. Como pode o homem libertar-se deste impulso egoísta e abrir-se ao amor?


Justiça e Sedaqah

No coração da sabedoria de Israel encontramos um laço profundo entre fé em Deus que “levanta do pó o indigente (Sl 113,7) e justiça em relação ao próximo. A própria palavra com a qual em hebraico se indica a virtude da justiça, sedaqah, exprime-o bem. De fato sedaqah significa, dum lado a aceitação plena da vontade do Deus de Israel; do outro, equidade em relação ao próximo (cfr Ex 29,12-17), de maneira especial ao pobre, ao estrangeiro, ao órfão e á viúva ( cfr Dt 10,18-19). Mas os dois significados estão ligados, porque o dar ao pobre, para o israelita nada mais é senão a retribuição que se deve a Deus, que teve piedade da miséria do seu povo. Não é por acaso que o dom das tábuas da Lei a Moisés, no monte Sinai, se verifica depois da passagem do Mar Vermelho. Isto é, a escuta da Lei , pressupõe a fé no Deus que foi o primeiro a ouvir o lamento do seu povo e desceu para o libertar do poder do Egito (cfr Ex s,8). Deus está atento ao grito do pobre e em resposta pede para ser ouvido: pede justiça para o pobre ( cfr.Ecli 4,4-5.8-9), o estrangeiro ( cfr Ex 22,20), o escravo ( cfr Dt 15,12-18). Para entrar na justiça é portanto necessário sair daquela ilusão de auto – suficiência , daquele estado profundo de fecho, que á a própria origem da injustiça. Por outras palavras, é necessário um “êxodo” mais profundo do que aquele que Deus efetuou com Moisés, uma libertação do coração, que a palavra da Lei, sozinha, é impotente a realizar. Existe portanto para o homem esperança de justiça?


Cristo, justiça de Deus

O anuncio cristão responde positivamente á sede de justiça do homem, como afirma o apóstolo Paulo na Carta aos Romanos: “ Mas agora, é sem a lei que está manifestada a justiça de Deus… mediante a fé em Jesus Cristo, para todos os crentes. De facto não há distinção, porque todos pecaram e estão privados da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente pela Sua graça, por meio da redenção que se realiza em Jesus Cristo, que Deus apresentou como vitima de propiciação pelo Seu próprio sangue, mediante a fé” (3,21-25)

Qual é portanto a justiça de Cristo? É antes de mais a justiça que vem da graça, onde não é o homem que repara, que cura si mesmo e os outros. O facto de que a “expiação” se verifique no “sangue” de Jesus significa que não são os sacrifícios do homem a libertá-lo do peso das suas culpas, mas o gesto do amor de Deus que se abre até ao extremo, até fazer passar em si “ a maldição” que toca ao homem, para lhe transmitir em troca a “bênção” que toca a Deus (cfr Gal 3,13-14). Mas isto levanta imediatamente uma objeção: que justiça existe lá onde o justo morre pelo culpado e o culpado recebe em troca a bênção que toca ao justo? Desta maneira cada um não recebe o contrário do que é “seu”? Na realidade, aqui manifesta-se a justiça divina, profundamente diferente da justiça humana. Deus pagou por nós no seu Filho o preço do resgate, um preço verdadeiramente exorbitante. Perante a justiça da Cruz o homem pode revoltar-se, porque ele põe em evidencia que o homem não é um ser autárquico , mas precisa de um Outro para ser plenamente si mesmo. Converter-se a Cristo, acreditar no Evangelho, no fundo significa precisamente isto: sair da ilusão da auto suficiência para descobrir e aceitar a própria indigência – indigência dos outros e de Deus, exigência do seu perdão e da sua amizade.

Compreende-se então como a fé não é um fato natural, cômodo, óbvio: é necessário humildade para aceitar que se precisa que um Outro me liberte do “meu”, para me dar gratuitamente o “seu”. Isto acontece particularmente nos sacramentos da Penitencia e da Eucaristia. Graças á ação de Cristo, nós podemos entrar na justiça “ maior”, que é aquela do amor ( cfr Rom 13,8-10), a justiça de quem se sente em todo o caso sempre mais devedor do que credor, porque recebeu mais do que aquilo que poderia esperar.

Precisamente fortalecido por esta experiência, o cristão é levado a contribuir para a formação de sociedades justas, onde todos recebem o necessário para viver segundo a própria dignidade de homem e onde a justiça é vivificada pelo amor.

Queridos irmãos e irmãs, a Quaresma culmina no Tríduo Pascal, no qual também este ano celebraremos a justiça divina, que é plenitude de caridade, de dom, de salvação. Que este tempo penitencial seja para cada cristão tempo de autentica conversão e de conhecimento intenso do mistério de Cristo, que veio para realizar a justiça. Com estes sentimentos, a todos concedo de coração, a Bênção Apostólica.



Vaticano, 30 de Outubro de 2009

BENEDICTUS PP. XVI

Deputado rejeita o Plano de Direitos Humanos do governo

No apagar das luzes de 2009, enquanto os brasileiros se preparavam para comemorar o Natal, o Presidente Lula assinou um decreto, que estarreceu o Brasil pela radicalidade contra as instituições, principalmente à família.
O Deputado Federal Paes de Lira registrou, da tribuna da Câmara, o lançamento do Plano Nacional de Direitos Humanos (versão III). O parlamentar afirmou que o documento VIOLA os fundamentos da família e instiga ao aborto indiscriminado.
Vale a pena assistir ao pronunciamento do deputado e passar para os seus amigos.



Fonte: http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/

A nossa vida pertence a um Outro


“A nossa vida pertence a um Outro. A inevitabilidade [daquilo que acontece] é como o sinônimo mais esclarecedor deste não pertencer das coisas a nós, e principalmente não pertence a nós aquilo de que tudo deriva: a nossa vida pertence a um Outro.
Neste sentido se entende por que a vida do homem é dramática: se não pertencesse a um Outro seria trágica. A tragédia é quando uma construção desmorona e todas as pedras e os pedaços de mármore e os pedaços de parede desabam. E tudo na vida se torna nada, é fadado a se tornar nada porque daquilo que vivemos no passado, daquilo que vivemos há uma hora, há cinco minutos, não existe mais nada de formado, nada de construído. E isso é trágico. A tragédia é o nada como meta, o nada, o nada daquilo que existe.
No entanto, se tudo pertence a um Outro, então a vida do homem é dramática, não trágica. Reconheço que te pertenço, reconheço que o tempo não foi meu, não me pertencia, como até hoje não me pertence, não me pertence. Podes tomar a minha vida, aceito que não me pertença, reconheço que não me pertence, aceito que não me pertença.
Aquilo que possui o nosso tempo morreu por nós, apresenta-se aos nossos olhos e ao nosso coração como o lugar onde o nosso destino é amado, onde é amada a nossa felicidade, tanto que Aquele que possui o tempo morre para o nosso tempo. O Senhor, Aquele ao qual pertence o tempo, é bom."

(Monsenhor Luigi Giussani, É possível viver assim?)

O que rolou 23/01/2010


Átrios na Trilha
Neste sábado rolou a tão aguardada trilha na Urca! Foi um ótimo momento para reencontrarmos os amigos que fizemos no retiro e também entrar em contato com a natureza e com a palavra de Deus. Depois de um momento muito engraçado (e difícil) de apresentação, assistimos a uma pregação da Luciana, onde pudemos aprender que somos mais do que parecemos ser, e que precisamos nos conhecer para sabermos a nossa essência e nos desvencilharmos do que o mundo quer nos impor. Na companhia dos saguis e da natureza exuberante, terminamos o encontro com um lanche e sempre com muita música.
É isso aí, gente, fiquem com Deus e até o próximo sábado!






ALEGRAI-VOS




Galera, nesse último fim de semana rolou o tão esperado retiro do Grupo Jovem Átrios, o nosso primeiro Alegrai-vos! Foram três dias de muita animação e união entre os participantes. Pudemos fazer grandes amizades, curtir muitos esportes, piscina, gincana e também ver o amor que Deus sente por todos nós. Tenho certeza de que esses dias ficarão na memória de cada um de nós como o início de uma caminhada junto a uma segunda família!

Para visualizar as fotos, é só clicar.
E um lembrete aos participantes: O DVD com todas as fotos será dado no próximo sábado, quando fizermos a tão esperada trilha! Um abraço a todos, fiquem com Deus!